domingo, 27 de maio de 2012

Relacionamentos: Namoro 3.1 (Sim, comecei do terceiro u.u)


Era uma noite de domingo, tínhamos acabado de passar pela semana mais tensa do namoro, tentativa de suicídio, término de namoro, volta e sofrimento... Foi a primeira vez que vi alguém fora da minha família chorando por uma besteira que quase fiz. Estávamos caminhando na praia de mãos dadas, apenas o barulho das ondas e a luz da lua. Eis que resolvo fazer uma brincadeira, quase a derrubo na areia... Ela se debate, já me dando esporro e quando a levanto, começo a apanhar e se chamado de idiota e outra infinidade de nomes. Tudo que fiz foi sorrir, segurar as mãos dela e dizer: “Eu te amo.”

Como é possível uma pessoa ir do céu ao inferno em três semanas? O que vou contar a vocês não tem nada em relação ao meu autismo... é mais um desabafo, uma lição, a maior porrada que tomei na minha vida... não me machucou fisicamente, mas me destruiu por dentro... e só parou de doer ano passado...

Conheci minha-ex pelo Carlos em um desses eventos de cultura japonesa. A primeira conversa que tivemos foi rápida, ela me chamou de Harry Potter, eu respondi que mulher podia... Carlos nos introduziu, eu forcei um sorriso me virei e fui embora...

Ela me adicionou no msn na mesma noite, começamos a conversar e logo viramos bons amigos... passava horas com ela no msn, conversando pelo microfone enquanto jogávamos um guitar hero em flash, ríamos um do outro quando um computador travava e passávamos metade do tempo resetando o jogo quando o começávamos jogando mal.

Dias passaram e descobri uma inflamação na vesícula e fui para a sala de cirurgia, lembro muito bem da voz trêmula dela quando liguei no pós-operatório para dizer que estava tudo bem.

O tempo passava, e fomos nos aproximando mais e mais, e logo chegou o segundo evento do ano e passei todo evento com ela, foi a coisa mais normal do mundo... ficamos no mesmo dia, tomamos refrigerante, rimos e passamos tempo com nossos amigos, no dia seguinte ela me ligou cedo perguntando que horas eu ia pro evento, nos encontramos lá e as horas passaram... Logo chegou o final do evento e a banda dos nossos amigos tocar, ficamos na parte acima do palco pra ver o show de cima...

Na semana seguinte nos encontramos na quarta-feira 08/07 e começamos a namorar, na semana seguinte eu viajaria pra São Paulo. No dia da viagem fui com ela ao Shopping e ela me perguntou se teria forma de eu não viajar, disse que não havia e ela ficou muito entristecida... Durante a viagem eu estava sem créditos pra ligar pra ela e sequer pra mandar mensagens, no dia em que fui na Liberdade com o Mikael e com a Bárbara ela brigou com a mãe e me mandou um torpedo que eu não lembro muito bem o que dizia, mas brigava comigo por eu não ter respondido os torpedos dela (anos depois, descobri que ela ligou chorando pra uma amiga que tínhamos, desesperada porque eu não respondia), à noite ela me ligou no hotel e me pediu desculpas e ficamos uns 30 min no tel... No outro dia, enchi minha mochila de mimos pra ela e então voltei pra Vitória.

A história é muito longa, e já tá dando duas páginas no Word, vou postar a outra parte na quarta e dependendo de ocmo for, uma terceira no domingo... enfim, por hora é isso.

domingo, 20 de maio de 2012

Relacionamentos: Amizades [2]

Atrasei o post em um dia, desculpem...

Continuando minha história sobre amizades, em 2009 entrei num fórum de RPG de Cavaleiros do Zodíaco chamado Saints of Hope, lá conheci pessoas de quem gosto e respeito, não há muito a dizer sobre eles, mas destaco o Rafael (cujo sobrenome eu não sei. Residente em Porto Alegre - RS), Paloma Abreu (Nova Iguaçu - RJ), Thamiriz Bernardes (Rio de Janeiro - RJ), Marcus Colz (Campinas - SP), Felipy Lima (São Paulo Capital) e Thiago Canali (também de Porto Alegre). Foi nesse ano em que Carlos me apresentou a Lorayne (da qual falarei em outro post) que veio a ser uma pessoa muito importante na minha vida. Nesse mesmo ano conheci Camila Ferreira Lima e Caroline Avancini, que vieram a ser grandes amigas minhas.

Em 2010 não conheci muitas pessoas que marcaram minha vida, exceto por Jamille Kobi, Eduardo Buaiz (Cuja a quantidade de histórias que existem caberiam num post e são os momentos em que mais ri no decorrer dos dois ultimos anos), o tio dele Fábio (aliás toda a família), Renata Mayumi Murakami, Nathalya Chrispim Lima (Natal-RN) e Marília Rodrigues (também de Natal). Gostei bastante de ter conhecido também a Marina Gottardi e Rachel "Artemis" que considero e gosto muito...

Em 2011 tenho que dizer que conheci várias pessoas que conseguiram meu respeito e carinho. O pessoal do movimento Guerreiros do Almirante - Espírito Santo, são pessoas cujo tenho duas histórias, ambas em caravanas para jogos no Rio de Janeiro, Uma delas contarei agora, a outra deixarei pro post que farei sobre eles. A história que contarei aconteceu na volta do jogo Vasco x Grêmio, a viagem de ida e durante o jogo foi bem tranquila tudo terminaria bem se não fosse uma volta que nenhum roteirista de Hollywood sequer imaginou: Além da Sindrome de Asperger, sou epiléptico (falarei da minha epilepsia mais a frente), e durante a parada para janta na volta tive uma convulsão em que um dos membros da propria GdA me socorreu, após acabar a crise, fui para um hospital em Rio Bonito. Recobrei a conciencia na ambulância e vi o presidente da GDA-ES, Vinicius Zuccolotto falando com minha mãe ao telefone, a única coisa que ouvi da conversa foi: "A gente não sai do Rio sem ele.". A parte engraçada da história foi quando acordei. Vinicius e Thiago (que foi quem me socorreu) estavam comentando sobre minha crise e havi um cara que é apelidade de Loco (só pra vocês terem uma idéia) estava olhando de um pro outro confuso. Eu levantei e meu braço caiu devido a uma injeção de diazepam que me deram no hospital. Os dois perguntaram se eu tava bem e respondi: "Tô, só esse diazepam que fodeu meu braço". Os dois riram e eis que o Loco me saiu com essa: "Hospital? Diazepam? Que parte da viagem que eu perdi?". Eu cai no corredor de rir. Thiago quase bateu a cabeça na janela e Vinicius enterrou a cabeça na cadeira da frente porque não conseguiam parar de rir e Loco ficou perguntando: "ME DIGAM O QUE ACONTECEU?". Depois desse episódio, Loco me chama de Strimilique (que aceito numa boa, de tanto que gosto da galera) e o pessoal me zoa todo jogo perguntando se strimiliquei essa semana (também levo na brincadeira, porque a melhor maneira de lidar com a epilepsia é com descontração...). Essa é a história de pessoas verdadeiramente boas, que se importam comigo e quetenho a honra de chamar todos de amigos...
Também conheci a Juliana Padilha, Bárbara Vieira, o Kira (apelido do Victor), Caio e Daniel, que são pessoas de quem gosto muito e tenho igual prazer de chamar de amigos.

Em 2012 ainda não conheci nenhuma que valesse a pena citar...

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Segue fotos minhas com o pessoal da GDA-ES

 Eu, Loco e Fredy (que foi comigo pro hospital), na ida pro Vasco x Grêmio.



 Alexandre Badanha (olhando pro chão), Victor, Marcelão, Thiago (que me socorreu), um penetra, Bruna, Livia, Antonio, Juliana e eu no bar em que assistimos os jogos

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Relacionamentos: Amizades

Fiquei vários meses sem postar nada decorrente a uma série de incidentes que ocorreram nesse meio tempo.

Nunca fui o tipo de pessoa muito sociável. Em minha infância sempre quis ter amigos, mas nunca consegui consegui alguém para me chamar verdadeiramente de amigo. Eram pessoas que eu tratava bem, esperava uma amizade, mas eu sempre era humilhado e mesmo assim, continuava a falar com as mesmas pessoas.

Tive quatro amizades na infância e, infelizmente, não nos falamos mais por "não termos assunto". E assim ficou até os meus 12 anos que foi quando surgiram duas pessoas que eu gosto muito até hoje: Lucienne e Renato, dois dos quatro únicos amigos de verdade que fiz em escolas... Um ano depois (2003) descobri a internet e num chat relacionado a Cavaleiros do Zodíaco, conheci Marcos "Kanon" Bergamaschi que até hoje é um dos caras que mais considero até hoje (falarei dele mais para frente) e graças a essas três pessoas eu comecei a aprender a me relacionas com as pessoas, tenho mais histórias para contar desse período, mas isso fica pra outro post.

Nessa onda de internet, em 2004 conheci duas pessoas que hoje eu considero como irmãos que a vida me deu. Mikael Pessoa e Bárbara Gaeta, ambos residentes na cidade de São Paulo. São duas das quatro pessoas de outro estado que conheci pela internet por quem boto a mão no fogo, aliás, a segunda já me chamou para se padrinho em seu casamento.

Em 2005, fui mandado para um internato adventista localizado em colatina (farei um post só sobre esse ano) e lá passei o pão que o diabo amassou e de lá só levei uma pessoa comigo, Michely Cunha, a quem sou muito agradecido por ter aturado minhas depressões lá e coisas assim...

Quando saí, em 2006, fui para uma escola de ensino médio que não me serviu de muita coisa (Entrei na escola só porque a Lucienne estudava lá.). Conheci também um vizinho, uma criança de 6 anos que eu tratei como se fosse um irmão mais novo, jogava bola e video game com ele todo o fim de semana, e hoje, ele é uma pessoa muito madura pra idade que tem e eu o considero muito.

No ano seguinte, fui para uma escola um tanto quanto aristocrática aqui em Vitória onde conheci Joelma Brites, no começo nos odiávamos com todas as forças, ela dando corte e eu devolvendo. No mesmo ano comecei a frequentar eventos de anime, de onde saíram a maioria dos meus amigos atuais. No primeiro evento eu não conhecia ninguém, no segundo eu conheci Luã (cujo sobre nome eu não sei até hoje) que foi uma pessoa que cresceu aprendendo comigo (na época ele tinha 13 anos), tivemos um pequeno problema um tempo atrás, mas que já foi resolvido. No mesmo evento, comecei a conversar com dois caras que hoje eu considero muito amigos meus: Alex "Mendigo" e Tiago "Haru", os dois são da minha banda favorita aqui do estado. No mesmo evento reencontrei o Kanon... novamente vou falar dele mais pra frente.

Em 2008 eu conheci quatro pessoas, duas delas mudaram minha vida, Carlos Fiorot e João Gabriel Lievori, as outras duas se afastaram e uma delas hoje não está numa situação muito boa. A situação em que nos conhecemos foi um tanto engraçada, estava no Shopping (como fazia todo sábado) e conhecidiu de ser aniversário do Carlos, eu os vi num evento no mesmo ano e comecei a puxar papo, e como se não bastasse fui com eles no cinema para ver o filme do Max Paine. Aí aconteceu uma série de incidentes meio fora dos padrões normais.. Eu tinha acabado de conhecer os caras e mesmo assim tive a cara de pau de derrubar o Carlos no meio do cinema e dizer uma palavra mágica: "Montinho". As cinco das seis pessoas presentes voaram pra cima do pobre coitado. Eis que eu ouço minha mãe me chamando e disse em seguinda: "To vendo um bando de maluco no cinema e só agora notei que um deles era meu filho.". Resultado é que rimos disso até hoje. Mas como nem tudo são rosas na vida de uma pessoa, antes desse incidente fui fazer uma festa de 18 anos no meu prédio convidei a banda do Kanon, e chamei cerca de 50 pessoas... Compareceram 6: Meu vizinho, Luã, Joe (esqueci de falar dele, mas agora já era), Kanon, o guitarrista Pangaré e a mulher que faria o churrasco pro pessoal. O Kanon ficou puto, porque foi alí que ele notou que eu não tinha tanta gente para contar e reclamou das pessoas não terem vindo. E mesmo assim, chegou 12h no meu prédio e só saiu as 16h.

Tem muito mais, mas como o post já tá longo, deixarei o resto para o próximo post. Fotos abaixo.


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Montinho no saguão do cinema


Da esquerda para a direita: Eu, Carlos, João, William e Rodolfo. Foto tirada em 2009

domingo, 16 de outubro de 2011

E assim começa... [2]

Bom, decidi fazer os posts semanais todo sábado, estreei numa quarta feira, mas não importa... continuarei o ultimo post...
Quando eu comecei a sofrer bullying foi quando entrei pela primeira vez em depressão, isso eu tinha apenas seis anos de idade, tentava ficar escondendo isso dos meus pais, ficava cada vez mais afastado das pessoas da minha idade por uma espécie de trauma.

Continuei indo mal na escola, mesmo nessa idade. Tive dificuldades para aprender a ler, mas quando aprendi, não parei mais, não gostava de escrever, minha matemática era horrível e mesmo assim consegui ir para a primeira série... minhas dificuldades cada vez mais aumentavam e minhas idas frustrantes a médicos também. Um dizia que era déficit de atenção, outro hiperatividade e tiveram uns que diagnosticaram as mesmas coisas. Passei de ano novamente e no ano seguinte troquei de escola, foi um sacrifício tremendo. Minha mãe, já desesperada foi comigo a São Paulo onde passamos dois meses.

Lá foram feitos todos os tipos de exames, até tomografia. Os médicos que fomos lá não puderam dizer o que era e repetiram os mesmos diagnósticos. Voltamos a Vitória e minha mãe continuava desesperada e eu sem saber o que estava acontecendo. Dois meses depois fomos à Belo Horizonte e passamos dois meses lá para me consultar com o Dr. José Raimundo Lippi, infelizmente não tínhamos dinheiro para pagar o tratamento, mas uns amigos da família nos ajudaram.

Ainda me lembro do meu primeiro encontro com Dr. Lippi, eu fiquei brincando com um cérebro de borracha, fingindo que era uma nave espacial enquanto ele me fazia perguntas. Mesmo me concentrando tanto no meu novo “brinquedo” eu respondia as perguntas dele.

Dr. Lippi: Boa tarde, Rodrigo.

Eu: Boa tarde. (nesse momento vi o pequeno cérebro na mesa dele). Se importa se eu ver esse cérebro de borracha?

Dr. Lippi: De maneira alguma

Peguei então o cérebro e me fixei nele, logo percebi que dava para brincar e comecei a usar a minha imaginação.

Dr. Lippi: Você sabe porque está aqui?

Eu: Para descobrir o que tem de errado comigo.

Minha mãe se surpreendeu porque não tinha falado nada sobre diagnósticos ou idas a médicos. Então o Dr. Lippi começou a conversar com meus pais e eu não ouvia.

Durante as minhas idas ao consultório tive acompanhamento psicológico, psiquiátrico, assistente social e tudo mais. Foram dois meses de idas e vindas até que chegou o grande dia do diagnóstico e lá estava eu brincando com o cérebro e meus pais conversando com o médico, lembro até hoje do que foi dito.

Dr. Lippi: O seu filho não tem nenhum problema de hiperatividade ou déficit de atenção, ele tem uma Síndrome chamada Asperger, é uma forma de autismo.

Meu pai: MEU FILHO NÃO É RETARDADO!

Dr. Lippi: Seu filho não é retardado, ele tem mais dificuldades que os outros em muitas coisas, mas no que ele fizer de bom, acredite ele vai ser sair melhor do que qualquer um de nós, esse garoto é um gênio, no nosso teste de QI que vai de 0 a 200 ele atingiu a marca de 198.

Meu pai ficou impressionado com essa informação.

Dr. Lippi: Vocês tem que ser extremamente precavidos com ele, a maioria das escolas não está preparada para receber uma pessoa como ele.


Foi assim que obtive meu diagnóstico, até semana que vem...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

E assim começa...

Criei esse blog apenas por uma necessidade pessoal de contar um pouco da minha vida para as pessoas. Tudo o que eu quero, é que conheçam minha vida e tudo o que ocorreu nesses meus 21 anos de vida para que talvez eu possa ajudar pessoas com o mesmo problema que eu. Sobre a minha infância, contarei o que ocorreu de acordo com o que meus pais falaram e o que minha irmã lembra.
Meu nome é Rodrigo Perciano Ribeiro Monteiro Nunes, tenho 21 anos, brasileiro, solteiro, nasci no dia 3 de julho de 1990 em Vitória (Cidade em que ainda resido) e comecei dando problemas aos meus pais desde o meu nascimento. Minha mãe foi internada no dia 2 de julho para fazer uma cesariana, embora a gravidez não seja de risco, foi opção dela fazer essa cirurgia, pois não conseguiu fazer o parto da minha irmã mais velha de maneira convencional,. Logo após a cirurgia, comecei a ficar roxo pois não conseguia respirar, embora eu tentasse, o ar não entrava em meus pulmões. Fiquei três dias numa encubadora na UTI infantil do hospital onde nasci. Já de alta e com o pulmão normal, fui para a casa e logo dei os primeiros sinais do meu problema. Quase não chorava, ficava inquieto de vez em quando e só conseguia dormir enquanto ouvia a 9 Sinfonia de Beethoven.
O tempo passou e quando eu já tinha um ano e meio, minha mãe começou a perceber que havia algo de diferente. Eu não conseguia ficar quieto, quando sentava naquelas cadeirinhas de criança, ficava me balançando para frente e para trás, eu ainda não conseguia dormir sem ouvir aquela música. Minha mãe resolveu me levar para um especialista que me diagnosticou com hiperatividade.
Minha vida seguiu e logo eu entrei para a escola. Logo na primeira semana de aula notaram algo difrente em mim. Eu não conseguia aprender nada, não conseguia me socializar e logo as outras crianças começaram a me achar esquisito. A maioria da turma não gostava de mim e ficavam caçoando por eu não ter porte atlético, ser pequeno para a minha idade e assim começou uma história de bullying que duraria até meus 16 anos... mas isso fica pra outro post...

Vou encerrar o post por aqui, ainda é muito difícil para eu falar sobre minha vida com os outros, vai ser um post por semana... é só.

Abraços...


(OBS: Obrigado a Lian que me convenceu a desistir da idéia idiota do nome falso.