domingo, 16 de outubro de 2011

E assim começa... [2]

Bom, decidi fazer os posts semanais todo sábado, estreei numa quarta feira, mas não importa... continuarei o ultimo post...
Quando eu comecei a sofrer bullying foi quando entrei pela primeira vez em depressão, isso eu tinha apenas seis anos de idade, tentava ficar escondendo isso dos meus pais, ficava cada vez mais afastado das pessoas da minha idade por uma espécie de trauma.

Continuei indo mal na escola, mesmo nessa idade. Tive dificuldades para aprender a ler, mas quando aprendi, não parei mais, não gostava de escrever, minha matemática era horrível e mesmo assim consegui ir para a primeira série... minhas dificuldades cada vez mais aumentavam e minhas idas frustrantes a médicos também. Um dizia que era déficit de atenção, outro hiperatividade e tiveram uns que diagnosticaram as mesmas coisas. Passei de ano novamente e no ano seguinte troquei de escola, foi um sacrifício tremendo. Minha mãe, já desesperada foi comigo a São Paulo onde passamos dois meses.

Lá foram feitos todos os tipos de exames, até tomografia. Os médicos que fomos lá não puderam dizer o que era e repetiram os mesmos diagnósticos. Voltamos a Vitória e minha mãe continuava desesperada e eu sem saber o que estava acontecendo. Dois meses depois fomos à Belo Horizonte e passamos dois meses lá para me consultar com o Dr. José Raimundo Lippi, infelizmente não tínhamos dinheiro para pagar o tratamento, mas uns amigos da família nos ajudaram.

Ainda me lembro do meu primeiro encontro com Dr. Lippi, eu fiquei brincando com um cérebro de borracha, fingindo que era uma nave espacial enquanto ele me fazia perguntas. Mesmo me concentrando tanto no meu novo “brinquedo” eu respondia as perguntas dele.

Dr. Lippi: Boa tarde, Rodrigo.

Eu: Boa tarde. (nesse momento vi o pequeno cérebro na mesa dele). Se importa se eu ver esse cérebro de borracha?

Dr. Lippi: De maneira alguma

Peguei então o cérebro e me fixei nele, logo percebi que dava para brincar e comecei a usar a minha imaginação.

Dr. Lippi: Você sabe porque está aqui?

Eu: Para descobrir o que tem de errado comigo.

Minha mãe se surpreendeu porque não tinha falado nada sobre diagnósticos ou idas a médicos. Então o Dr. Lippi começou a conversar com meus pais e eu não ouvia.

Durante as minhas idas ao consultório tive acompanhamento psicológico, psiquiátrico, assistente social e tudo mais. Foram dois meses de idas e vindas até que chegou o grande dia do diagnóstico e lá estava eu brincando com o cérebro e meus pais conversando com o médico, lembro até hoje do que foi dito.

Dr. Lippi: O seu filho não tem nenhum problema de hiperatividade ou déficit de atenção, ele tem uma Síndrome chamada Asperger, é uma forma de autismo.

Meu pai: MEU FILHO NÃO É RETARDADO!

Dr. Lippi: Seu filho não é retardado, ele tem mais dificuldades que os outros em muitas coisas, mas no que ele fizer de bom, acredite ele vai ser sair melhor do que qualquer um de nós, esse garoto é um gênio, no nosso teste de QI que vai de 0 a 200 ele atingiu a marca de 198.

Meu pai ficou impressionado com essa informação.

Dr. Lippi: Vocês tem que ser extremamente precavidos com ele, a maioria das escolas não está preparada para receber uma pessoa como ele.


Foi assim que obtive meu diagnóstico, até semana que vem...

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